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A Teimosia.
UM GRANDE TROPEÇO.
Naquela época, trabalhava desde 1965 na Gillette do Brasil, tendo a oportunidade de com apenas vinte anos, viajar por todo o país no desenvolvimento de minhas atividades como supervisor na área de marketing e produção daquela multinacional.
Dois anos antes, em 1963, exatamente aos dezoito anos, quando estava cuidando de minha carteira de habilitação, envolvi-me num acidente de trânsito. Estava tudo muito favorável para mim na participação daquele sinistro. Tão favorável que a negligência tomou conta da minha cabeça achando que tudo tinha sido resolvido na esfera policial, já que foi comprovado que o outro motorista além de trafegar na contramão, tinha feito uso de drogas.
Estes fatos não foram tão relevantes naquela época como seriam nos dias de hoje.
Esqueci completamente que vivíamos um período em que prevalecia o conhecimento e as negociações nos bastidores com as autoridades, lembro aqui os dias do regime militar no Brasil.
O outro condutor, filho de autoridade governamental, conseguiu através da influência de seu pai, inverter os fatos até então registrados a meu favor na delegacia policial. O acidente contra um motorista bêbado e drogado, se transformou numa ação criminal em fase conclusiva, onde eu respondia pelo crime de lesões corporais culposas, agravado pelo fato de que, no dia do acidente, estar inabilitado a conduzir veículos automotores.
Não me esqueço quando mamãe vendo a minha angústia chegando apressado de Curitiba, para me apresentar no fórum do Rio de Janeiro para o sumário de culpa. Preocupada disse: hoje tem reunião na casa do Dr. Acyoli. Vamos juntos, você vai conhecer um Jesus diferente de tudo que você já viu.
Jamais esquecerei aquela segunda-feira. Os louvores eram diferentes, os testemunhos chocantes e as palavras caíam como bomba devastadora no meu coração.
Se não bastasse, no momento das orações na minha frente, o pastor Joel Ferreira, na época pastor da Igreja Batista Getsemani na Penha, começou a ministrar para uma jovem mulher tomada por espíritos imundos. Nunca tinha visto ou presenciado algo semelhante em toda a minha vida na igreja que frequentava desde a minha infância. Durante a oração, a mulher parecia ter uma coluna vertebral de borracha tamanha era a articulação de seu corpo. Fiquei impressionado com o que presenciava, jamais tinha visto tanto poder e graça. A jovem quando liberta, começou a expelir pela boca, as coisas mais estranhas, nominando cada objeto que vomitava.
Sei que estas são palavras duras e pesadas, mas não existe outra forma de narrar este fato, pois entendi ali que o Senhor demonstrava para mim que, o que está registrado em Hebreus 13, verso 8 é a mais pura realidade: ‘’Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e o será eternamente. ’’
Saí da reunião sentindo um conforto muito grande. Embora consciente de que tinha participado do acidente, algo no meu coração mostrava que Jesus tinha tomado para Si a minha causa e que precisava crer naquela esperança.
No dia seguinte as coisas começaram a ficar mais claras para mim. Ao chegar ao trabalho, minha chefia que sabia de todo o problema que vivia me orientou a procurar naquele instante o Departamento Jurídico da empresa porque eles iriam me orientar nos próximos passos. Jamais passara na minha cabeça que uma empresa do tamanho da Gillette, se interessasse por uma causa de certo modo banal, um acidente de trânsito. Embora nesse que me envolvera, existisse vítima e o meu descuido fez com que a causa corresse a revelia e na verdade, eu era apenas um de seus dois mil funcionários. Foi naquele instante que entendi, sem nenhuma dúvida, que a mão de Deus estava sobre a minha causa e que a ministração naquela reunião da noite anterior tinha chegado ao Trono da Graça. Foi então que a partir daquele instante passei a ser divinamente assessorado, pois o corpo jurídico da empresa fazia parte do milagre que Deus iria fazer na minha vida.
Entre outros fatos relevantes, o mote defendido pelo jurídico da empresa, foi provar que entre a data do acidente e a data da expedição de minha habilitação, quarenta e oito horas após o acidente, ninguém poderia ser aprovado no rigoroso exame para motorista profissional, com o índice de acertos e a pontuação por mim obtida.
Este argumento jogou por terra a inabilitação, declarando minha defesa que, eu estava apto a dirigir, faltando simplesmente a legalização de meus documentos.
Para que se possa melhor entender, eu já tinha cumprido todas as etapas para o exame de habilitação faltando tão somente o prático agendado para dois dias após o acidente.
Desta forma, o Senhor entendeu o que passava no meu coração durante a noite daquela maravilhosa reunião na Paulo de Frontin. Deus sabia da sinceridade de minha súplica onde no meu clamor, coloquei no altar as minhas ações no acidente para evitar o inevitável e que Ele cumprisse a Sua vontade em minha vida.
Como conclusão deste episódio, não consegui registrar nada do que ocorreu no meu julgamento, apenas as palavras do promotor de justiça em que no seu pronunciamento baseando-se nos documentos e na defesa apresentada, orientou ao juiz para que de uma forma solene, se pronunciasse dizendo: “... absolvo por falta de provas, o réu Roberto da Cruz Alves...”
Não quero aqui relatar simplesmente o perdão e o pronto atendimento da benção dispensada ao meu coração, mas sim, você a justiça de Deus e o seu amor para com todos nós. Em II Crônicas 34 verso 27 está escrito algo muito profundo, que resume para mim, tudo o que aconteceu da reunião primeira na casa do Dr. Acyoli até o dia do julgamento. Assim está escrito: ‘’Como o teu coração se enterneceu, e te humilhastes perante Deus, ouvindo as suas palavras contra este lugar e contra os seus habitantes, e te humilhastes perante mim e rasgaste as tuas veste, e chorastes perante mim, também eu te ouvi diz o Senhor. ’’
Toda vez que vem a minha memória este fato de cinquenta anos atrás, lembro-me dos dez carregados de lepra e que todos foram curados pelo Senhor. É evidente que minha vida mudou!