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A Teimosia.
DEUS NOS ABENÇOA MESMO.
Quando estava em Brasília, algumas posições por mim alcançadas no governo federal levaram-me a uma situação grave de prepotência. Não podia ser muito diferente, afinal foi com muita luta que subi alguns degraus nos trabalhos executados na capital.
As chefias e a autoridade a mim delegadas, somadas as perguntas que já descrevi e como as armas de satanás atingem nossa mente, tipo “vai ser do meu jeito se não eu não faço nada” ou, “sou viciado em reclamar, criticar etc.”, tomam tanto espaço na cabeça que esquecemos que estamos naquele caminho pela nossa competência é claro, mas principalmente porque Deus nos está abençoando, ou melhor, porque Deus está atendendo as inúmeras orações em seu favor.
Lembro-me que em agosto de 1991, quando fui chamado pelo presidente Collor, pois ele junto com o presidente argentino Menen, queriam desenvolver um rallye náutico cortando toda a América do Sul, antes da Conferência Mundial do Meio Ambiente, a ECO 92, que iria acontecer no Rio de Janeiro. Fui chamado porque na ocasião, como atividades extracurriculares, presidia o clube de rallye do Distrito Federal, dirigia uma escola de formação de pilotos de competição e era instrutor de direção defensiva e ofensiva dos cursos de operações especiais da Polícia Militar do Distrito Federal e já tinha dado treinamento de direção na Academia da Policia Federal. O automobilismo marcou a minha vida durante muitos anos.
Montei uma equipe de ex-pilotos com Luiz Evandro Águia e José Montalvão, começando imediatamente a trabalhar. Tínhamos várias salas no prédio do Estado Maior das Forças Armadas e contávamos na força tarefa definida, com vários militares de alta patente como também pessoal do Ministério de Relações Exteriores e da recém criada Secretaria de Meio Ambiente.
O projeto depois de muito trabalho foi abandonado pelo grande surto de cólera que atingiu alguns países do oeste da América do Sul.
Como brinde pelo desempenho, fui nomeado coordenador da ECO-92, assessorando diretamente o professor José Goldemberg, então Ministro da Educação e Secretário de Meio Ambiente, os dois órgãos responsáveis pela conferência.
Vim para o Rio de Janeiro, trazendo no bolso do paletó uma caneta muito poderosa e que me dava chance de exercitar minhas falhas da mente que não era controlada por Deus. O que escrevo aqui, não traz nenhum predicado a minha pessoa e sim objetiva chamar a sua atenção para perceber como Deus é Graça e satanás é desgraça.
Eram tanto trabalho e responsabilidade, viagens e reuniões, que o tempo era curto para a família e muito menos para o Senhor.
A conferência aconteceu e foi um sucesso.
Voltei para a capital, mas deixei a família no Rio. Fiquei na ponte aérea e logo a minha vida familiar começou a sofrer os efeitos da mente fora de controle. Esse era o plano do diabo me atingindo no que era mais fácil para ele. Quem não gosta do sucesso? Principalmente quando não temos tempo para as coisas santas. Nenhum crime foi cometido, mas o conforto, o poder, o dinheiro, são fortes componentes para a perdição do homem. Seria hipocrisia de minha parte dizer que espiritualmente estava tudo bem entre mim e o Senhor.
Hoje compreendo literalmente, o encontro do jovem rico com Jesus narrado em minhas primeiras anotações. Entendo também a historia do camelo e do rico, sempre lembrando que a conversão nos remete a uma modificação da mente, não que para ser salvo eu tenho que ser pobre, mas a minha mente tem que ser convertida e a nova mentalidade tem que agir em mim sempre, afinal “... tudo posso naquele que me fortalece”.
Em outubro de 1993, a primeira desgraça.
Estava muito bem trabalhando quando senti uma forte dor de cabeça. Em menos de vinte e quatro horas, estava em coma sendo transferido para o Rio de Janeiro com meningite. Foram oito dias em coma.
Diagnóstico: isso vai deixar marcas, possivelmente se não morrer, vai ter problemas na fala, no caminhar, problema vai ter sim, afinal essa doença quando não mata aleija!
Recebi no hospital muitas visitas. Uma que não esqueço foi do pastor Paulo Cesar Brito, médico otorrinolaringologista. Foi me visitar como amigo, médico e pastor.
Como amigo ele me disse;
“Você precisa voltar urgente para os caminhos do Senhor”.
Como médico ele falou;
“Caramba! você ficou esse tempo todo desligado e todos os circuitos estão funcionando sem nenhum problema”.
Como pastor ele declarou:
“Deus te ama muito e sempre te amará mesmo com o teu esquecimento e descaso para tudo aquilo que Ele tem feito na tua vida”.
É verdade! Deus preservou minha vida em sua plenitude não deixando nenhuma marca num homem com quarenta e oito anos, atendendo tantas orações e eu não me lembro de nenhum ato espontâneo meu, de agradecer a Ele por minha recuperação. Somos ingratos, mas Deus nos abençoa e nos perdoa! Idiota fui eu em continuar na minha teimosia e não servir e ser servido pelo Senhor Jesus.
Recuperado da meningite voltei ao trabalho após algum tempo de licença médica, mas não dei muita atenção ao que o Senhor estava preparando para mim.
Algum tempo depois já estava aposentado, no ano de 2005, exatamente após a celebração dos meus sessenta anos, senti fortes dores abdominais buscando ajuda médica na policlínica da Fundação Oswaldo Cruz. Lá depois de examinado, fui orientado a procurar a emergência médica do Hospital de Clínicas de Niterói. Segui imediatamente para lá e assim que cheguei, comecei uma bateria de exames para se descobrir as causas das dores insuportáveis.
Meu irmão Márcio, no pleno exercício à época de suas atividades pastorais, foi me visitar no hospital. Márcio, aquele que não gostou da reunião na Paulo de Frontin na década de sessenta. Ele pôs as mãos no meu abdômen e fez uma oração ao Senhor. Não me lembro de nenhuma palavra de sua oração, mas não esqueço o que me disse após orar.
Falou assim o Márcio:
“Eu não sei o que esta aí dentro da tua barriga, mas tudo de mal que existia, Deus removeu. Eles vão te operar, vão te abrir, vão procurar, revirar e não vão encontrar nada porque Deus já te operou”.
Foram muitas as visitas que recebi durante os dias dos exames e, a Beth que me acompanhava em minha internação disse:
“Puxa não sabia que você era tão querido, não para de chegar gente prá visitar!”.
Respondi para ela em tom de brincadeira:
“Vá ao centro da cidade, compre um livro de capa preta e mande gravar "Condolências" porque eu estou achando que o assunto é grave.”
Como resultado dos três dias de exames que obrigou inclusive a minha internação hospitalar, veio a pior notícia.
A segunda desgraça!
Estava com câncer no pâncreas.
O mais extraordinário desse fato é que no momento da visita do bispo, o diagnóstico de câncer no pâncreas ainda não tinha sido divulgado pelo do Dr. José Barquetti. Foi no dia seguinte à visita de Márcio que a equipe médica comunicou o diagnóstico e resolveram que a cirurgia deveria ser feita logo.
Naquele momento quando os médicos deixaram o quarto, pedi a Beth que abrisse a Bíblia e lesse onde sua visão batesse primeiro.
Seus olhos brilharam quando ela se fixou em Provérbios 28:13 que diz:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas os que as confessa e as deixa, alcançará misericórdia.”
Pedi que ela fechasse a Bíblia e abrisse novamente e executasse a mesma operação. Ela assim o fez e ao abrir as escrituras deparou com o Apóstolo Paulo falando na carta aos Efésios:
“... vivo em Cristo e para mim a morte é lucro.”
Uma paz sobrenatural invadiu o meu ser e nenhuma preocupação me atormentou a partir daqueles versículos. Eu senti novamente, que Deus já tinha operado.
No dia seguinte fui para o centro cirúrgico e submetido a uma operação que se estendeu por mais de oito horas.
Todos aguardavam o término da cirurgia e esperavam a palavra do médico. Quando este chegou à sala onde era esperado, minha filha Daniele perguntou:
“E então doutor? E o meu pai como está?”
Respondeu o médico:
“Não podemos fazer nada, abrimos e eu estive com o tumor na minha mão e é impossível removê-lo. O fígado também esta todo tomado e a corrente sanguinea comprometida. Fechamos e agora só a quimioterapia para ele durar mais um ano, sem a quimioterapia, não vai viver um mês.”
Imediatamente, após estas duras palavras do médico, os filhos e o grupo que ali estava, dobrou seus joelhos e clamaram a Deus pela verdade dos fatos entendendo que o Senhor já tinha operado a mim antes dos médicos, segundo as palavras do profeta, o bispo Márcio.
Foram vinte e dois dias de pós- operatório sofrido com uma dieta tão rigorosa que perdi quase quarenta quilos. Era um verdadeiro cadáver. Com a alta, fui direto de ambulância para a clínica ONCOMED em Niterói.
Ao ser atendido pelo médico responsável pela quimioterapia, ele me perguntou o que eu fui fazer lá. Respondi que estava lá para iniciar o tratamento de combate ao câncer.
Ele me disse então:
“Estou neste ramo da medicina a mais de trinta e cinco anos. Só em olhar para você tenho certeza absoluta que você não tem câncer algum. Vou complicar a sua vida se lhe aplicar qualquer dose de quimioterápico. Mas como precisamos de resultados e a sua biópsia não veio, vamos fazer todos os exames recomendados antes de qualquer procedimento”.
Foram mais três meses de exames. Do mais simples ao mais sofisticado e todos apontaram para um pâncreas íntegro e ausência de malignidade cancerígena em todo o meu corpo.
Somos ingratos, mas Deus nos abençoa e nos perdoa!
Entre os vícios que me perseguiam, além dos mentais impostos por nossos próprios pensamentos quando de nossa salvação, não deixava o cigarro mesmo após as diversas experiências de fé.
Fumei acredito por mais de quarenta anos. O diabo é tão astuto que incutia na minha mente que pior era o vício da bebida que degenera e ridiculariza o homem quando exagera na bebida. O cigarro está me matando aos poucos. Salvo da meningite e do câncer, agora estava eu numa franca destruição do meu corpo, eu mesmo destruindo o que tem de ser preservado porque é o templo do Espírito Santo.
Várias foram as dificuldades respiratórias que passei.
Quando jovem, nadei por mais de quinze anos no Grajaú Tênis Clube e o meu programa preferido era a praia e o banho de mar.
Há um tempo, viajei para a cerimônia de casamento de um sobrinho numa cidade do interior do estado do Rio de Janeiro. Um problema no carro fez com que não chegasse com o grupo que tinha se dirigido ao clube da cidade para um banho de piscina. Deixei a pousada e fui até o tal clube. Estavam todos na água e eu fui logo mergulhando ao encontro da turma. Quase morri afogado, pois minha respiração estava totalmente modificada pelo hábito de fumar.
De volta ao Rio, procurei um especialista para me tratar.
Veio a terceira desgraça!
Não tem o que tratar, pois o cigarro já destruiu os pulmões.
Numa grave crise, o médico do CTI, disse que não tinha reconhecido meus pulmões na tomografia realizada. Com muita dificuldade para falar, perguntei ao médico;
“E aí , o que você vai fazer?”
Ele respondeu;
“Nada, no seu caso só um milagre.”
Pedi que ligassem para o pastor Silvio da Igreja de Nova Vida em Maricá, cidade onde moro há dez anos. Prontamente o pastor foi ao hospital que estava internado e lá chegando foi informado do meu estado e das palavras do médico.
Após a oração e quando se preparava para voltar a sua casa, pedi a ele que fizesse outra oração desta vez para agradecer a Deus o milagre que Ele tinha operado em minha vida.
No dia seguinte, fiz uma nova tomografia.
O mesmo médico ao ver o novo exame, falou comigo que eu iria fazer outra tomografia porque eram muitos os pacientes internados e ele estava achando que o meu resultado veio trocado. Fiz nova tomografia e ficou constatado uma melhora significativa da capacidade pulmonar e com um rigoroso tratamento, a recuperação poderia acontecer.
O enfisema pulmonar ou mesmo a DPOC, doença pulmonar obstrutiva crônica, são incuráveis. Vão destruindo os brônquios de uma forma silenciosa e devastadora.
Mas nada é impossível para Deus.
Hoje, em franca recuperação num processo de muita luta, decidi de forma radical, colocar toda a minha vida no altar do Senhor. De repente você lendo estas anotações pode pensar:
“Agora, num momento que você abusou com tantas interferências de Deus na sua vida, tomou a decisão de caminhar com Ele? Não é um pouco tarde essa decisão?
Eu lhe garanto que não!
Porque você certamente não esperava ler o que leu. Um depoimento que em nenhum momento faltou com a verdade e reconhece os males da teimosia de não caminhar pari passu com o Senhor Jesus.
Quanto sofrimento eu poderia ter evitado na minha vida e na vida de familiares e amigos queridos, se não tivesse sido tão teimoso. Pode ser que você também ande teimando e tentando caminhar do seu jeito de pensar.
Não adianta. Salvos nós somos no momento em que decidimos abrir nosso coração e receber o Senhor Jesus como nosso único e eterno Salvador.
Teimar em contrariar o Espírito Santo, com pensamentos, palavras e atos, nos distancia do manjar celestial que para nós está preparado. A teimosia em tentar fazer do nosso jeito, limita sobremaneira a atuação de Deus em nossa vida.
A grande lição que tiro no limiar dos meus sessenta e oito anos de idade é que poderia ter vencido muitos obstáculos na minha vida com facilidade, se tivesse dado oportunidade de Deus agir com maior liberdade.
Acidentes, doenças, discórdia familiar, desemprego, são coisas que estão no mundo.
Para que possamos sobreviver de forma mais tranquila e conviver com toda sorte de problema, precisamos oferecer ao Senhor uma entrega total e deixar que Ele faça em minha vida uma faxina geral, fortalecendo a minha fé e a esperança de com Ele compartilhar da vida eterna.
Encerro lembrando a lição de fé do bispo quando orou por mim no hospital e disse;
“O que tinha aí, Deus tirou!”
Os médicos achavam que o câncer estava lá.
Parentes e amigos desconfiaram da cura.
Deus é tão misericordioso que usou outro médico que em nada participou para mostrar que a maravilha operada é.
Por isso estou aqui, agora falando ao coração de cada leitor. Estabeleci com Deus um canal de comunicação direto a partir do momento em quebrei as cadeias do mau pensamento, da dúvida e da incerteza. Estabeleça também este canal direto entre você e Deus. Coloque Jesus no controle da sua vida, em todos os seus pensamentos. O Senhor Jesus está no controle de tudo, e como o Apóstolo Paulo afirmou:
“Vivo em Cristo e a morte será lucro”.
Deixe a teimosia de lado e creia, Deus nos abençoa e nos perdoa!